sábado, 27 de junho de 2009

A História na Era da Informação

Uma conhecida frase eternizada por Chacrinha reflete um pouco do contexto em que vivemos. Hoje em dia quem não se comunica se trumbica. Temos diversas novas formas de comunicação e transmissão de informação cada vez mais rápidas e eficientes. Hoje sabemos dos acontecimentos políticos de todo o planeta praticamente em tempo real. A Internet revolucionou o nosso conceito de comunicação. As mudanças são rápidas nesse complexo mundo virtual. Existe um verdadeiro universo de informações sendo despejadas sobre nós todo o tempo. Entretanto, esse novo mundo dinâmico das informações tem deixado pouco espaço para as reflexões. As manchetes de jornais, por exemplo, acabam de ser publicadas e já se tornam obsoletas. Nada mais se fala ou se questiona sobre elas. Vive-se o presente e só o presente.

Qual seria o papel da história e dos historiadores nesse contexto? Eric Hobsbawn, historiador inglês, escreveu em seu livro “A Era dos Extremos”:
“A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas – é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais
importantes que nunca no fim do milênio. Por esse motivo, porém, eles têm de ser mais que simples cronistas, memorialistas e compiladores.”

Hobsbawm escreveu essas palavras no final do século passado. Ao longo desses últimos anos temos assistido a ampliação desse fenômeno lamentável. A tarefa dos historiadores não é nada fácil. Muitos têm buscado alternativas, novos modelos de análise do passado, novas fontes, novos objetos de pesquisa. No entanto, quando nós saímos do campo acadêmico e nos vemos inseridos na realidade das escolas brasileiras, o ensino de História se torna um verdadeiro desafio. Por esse motivo, é preciso que os professores de história (e de outras disciplinas) estejam sempre em comunicação e atualização...reciclagem...para que possamos dar conta dessa árdua tarefa de motivar o interesse pela História e pelo conhecimento nesses tempos de imediatismo em que vivemos.


Mariana C. Cordeiro